De cor acastanhada e levemente aloirada à volta, revela um nariz intenso e muito complexo, com notas de cedro, algum tabaco e um carácter balsâmico muito evidente, na boca a fruta madura dá um ar da sua graça em conjunto com elegantes notas especiadas, mas a delicadeza e suavidade no paladar são as notas dominantes, o final é longo.
Desde o nascimento do primeiro Barca Velha há pouco mais de 60 anos (1952), a Casa Ferreirinha vem construindo uma sólida reputação na elaboração de vinhos tintos de mesa no Douro, uma região vinícola notabilizada mundialmente por seus vinhos fortificados. Mas não é apenas o Barca Velha que sustenta essa reputação dentro da vinícola, o Casa Ferreirinha Reserva Especial também cumpre parte desse papel.
É mais do que justo considerar o Reserva Especial como uma espécie de “Mini Barca Velha”, já que ele “nasce” como tal, sendo elaborado com as mesmas uvas regionais (Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Roriz e Tinto Cão e Tinta Amarela) e apenas nas safras cujo potencial qualitativo promete o nível almejado para ser declarado como “Barca Velha”. Após cerca de sete anos de evolução do vinho (em barricas e nas garrafas), quando a decisão é finalmente tomada, pequenos detalhes técnicos e, muitas vezes, subjetivos, definem a rotulagem do vinho: Barca Velha ou Reserva Especial.
Mas ser declarado “apenas” Reserva Especial não é nenhum demérito! A maior demonstração do elevado rigor com o qual esse vinho é produzido pode ser dada pelo escasso número de vezes em que ele foi lançado. Desde a sua primeira edição em 1962, o Reserva Especial foi lançado em apenas 14 ocasiões (1962, 1974, 1977, 1980, 1984, 1986, 1989, 1990, 1992, 1994, 1996, 1997, 2001 e 2003).
A Casa Ferreirinha e os seus vinhos são sinónimos de tempo e de arte. Assim acontece desde a sua fundação, no século XVIII, pela mão de Bernardo Ferreira, que viu a fórmula refinada pelos descendentes, especialmente por sua neta Dona Antónia Adelaide Ferreira, que carinhosamente ficou conhecida por "Ferreirinha" ou "Ferreirinha-da-Régua" pelas gentes da sua terra. Pelas mãos de Dona Antónia, que duas vezes viúva se viu à frente de uma grande empresa, a Ferreira consolidou-se de forma admirável. O seu espírito empreendedor ensinou-a a prever, decidir, criar, ensinar e amar, tornando-a numa figura de grande projeção e carisma.